quinta-feira, 26 de novembro de 2015

como é encarado a gravidez no japao

Gravidez, um assunto de difícil abordagem pois é algo que gera polemica. Neste post traremos uma reflexão sobre como funciona o processo de gravidez no Japão, quais os incentivos e tabus que precisam ser quebrados. Além disso, não deixaremos de falar sobre qual influência da gravidez dentro da sociedade.


O Japão é um país que mantém rigorosamente suas tradições e segue um alto padrão de educação. Mais de 90% da população conclui o ensino médio e a taxa de analfabetismo no país é abaixo de 1%. O sistema educacional japonês é exemplo para muitas nações. Para começar, o uniforme escolar durante o período Shougakkou (ou ensino fundamental) já é obrigatório e se estende por todo ciclo educacional. Além disso, não há escola gratuita no Japão e o professor é uma das figuras mais importantes para a sociedade.

Mas mediante essa grande quantidade de informação, a tradição e as rotinas modernas estão em harmonia ao entrar no assunto gravidez? Há algum tipo de apoio as mães gestantes durante e depois o período de gestação? O que uma mulher deve saber para conseguir passar por este período tão importante de sua vida com saúde e com condições para o sustento da criança no período pós natal? As grávidas são obrigadas a trabalhar até qual etapa da gestação? Qual é a aceitação da sociedade mediante a uma estrangeira gestante? Essas e outras perguntas são frequentemente ao se pensar em outra região que se vive, especialmente se a cultura é tão diferente da que vivemos (no caso de quem mora no Brasil e vai pro Japão por exemplo,  e vice-versa).

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Gravidez e Discriminação

Em um estudo realizado no início deste ano divulgado no site da NHK News mostra que a cultura tradicional e rígida ainda é forte e infelizmente, assim como ocorre em outras partes do globo, no Japão também há a discriminação contra as gestantes principalmente dentro do ambiente corporativo e os dados são alarmantes:
Numa pesquisa feita com cerca de 1000 mulheres os dados obtidos foram:
  • 1 em cada 5 grávidas é vítima do Maternity Harassment.
  • Mais de 25% das gestantes já sofreram com riscos na gravidez devido as condições de trabalho que foram submetidas.
  • 1/3 das mulheres que engravidaram esconderam o fato de seus superiores por medo de rebaixamento de cargo e em algumas empresas com regras mais rígidas, eram até passíveis de demissão.

Ainda de acordo com o mesmo site, uma pesquisa feita pelo maior grupo de sindicatos de trabalhadores do Japão, 80% das mulheres que trabalham disseram que queriam ser mães trabalhadoras. Mas 60 por cento param seu trabalho após o parto.

Isso faz com que muitas mulheres desistam de ter filhos. Outro fator cultural que agrava ainda mais essa situação é que no Japão, ser mãe solteira ou antes do casamento, é sinônimo de desonra para a mulher.

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Culturalmente falando o Japão, assim como muitos países tem um olhar um tanto quanto machista em alguns pontos e o fato de a moça só sair do acolhimento dos pais ao se casar (o que não julgamos como errado), faz com que a taxa de natalidade cresça de forma mais contida.
O filho, por sua vez, tem a obrigação (para com os pais) de estudar e conseguir boas notas, para que saia de casa com boas oportunidades na vida e como forma de agradecimento, continua honrando o nome da família.

Por mais que pareça muito radical, este é um dos motivos pelo qual a nação nipônica têm uma das taxas de alfabetismo de maior expressão na atualidade, sendo, inclusive, exemplo para outras nações.


Gravidez na Adolescência


Falando sobre a gravidez na menor idade, o Japão é um país exemplar! A terra do sol nascente tem a menor taxa de natalidade entre jovens com idade que variam de 15 à 19 anos. Segundo dados divulgados pela UNICEF, para cada 1000 nascimentos no Japão, 4 eram provenientes de adolescentes nessa faixa etária.
O fator educação mais uma vez se faz presente e mostra o porque é importante a divulgação dos métodos contraceptivos e correta instrução dos jovens.
Quando se fala em gravidez na adolescência, é necessário ter em mente que o impacto na sociedade é muito maior do que parece. A mãe e o bebê sofrem diversas dificuldades além de afetar a família de modo geral. Problemas relacionados a alto risco na gestação, problemas no parto, baixo peso da criança, má formação fetal e até morte do bebê são maiores pelo fato de a mãe ser jovem.
Além dessas questões voltadas para área de saúde, há o impacto econômico, onde, provavelmente, essa mãe se enquadre num perfil de renda mais baixa, eventualmente até tem dificuldades vinculadas a pobreza e interrupção no processo educacional, o que a limita podendo influenciar negativamente as suas gerações.
Por ser um país super desenvolvido, o número de jovens abaixo da maior idade gestantes é quase nulo, mesmo em regiões mais pobres do país.
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 Auxílios na Gravidez
Apesar de haver certa burocracia, as mulheres que ficam grávidas e residem no Japão, contam com uma série de incentivos do governo para que a mãe e o bebê tenham boas condições de vida. (durante o período de gestação e primeiro ano de vida da criança). Se você é estrangeira, não precisa se preocupar, o país fornece auxilio também!
Há vários relatos de brasileiras que adoraram a experiência de estar grávida na terra do sol nascente.
Uma das mais “famosas” é a youtuber Lidy Soto do canal Japão Comum. No canal dela, há uma série de vídeos contando sobre sua gravidez, aborto espontâneo, e muito mais coisas voltadas a saúde da mulher, beleza e etc.
Antes de falar sobre os benefícios que o Governo Japonês tem a oferecer para a futura mamãe, conheça quais são as obrigações a serem cumpridas:

  • Em primeiro lugar é de suma importância fazer um plano de saúde caso não possua. Esse é o procedimento primordial para receber qualquer auxílio voltado a saúde. Manter os impostos em dia também influenciará no recebimento dos benefícios.

  • Sabendo disso, após o descobrimento ou planejamento da gravidez, a mulher precisa marcar um exame médico em clínica ou hospital de sua preferência para confirmação de sua gestação. Feito isso, ainda na consulta, precisa solicitar o ninshin todoke, documento que levará até a prefeitura de sua cidade.
    Ao entregar o documento, a japonesa receberá diversos materiais para ajudá-la no período de gestação. São diversos livros explicando sobre gestação, parto e até dentição infantil).
    Palestras para gestantes, cuidados com o bebê e toda a informação que lhe for necessária, e o melhor: tudo inteiramente grátis!

  • Já para brasileiros, a coisa muda um pouco. A mãe recebe uma caderneta (geralmente rosa) onde conterá todas as informações da gestante (consultas, exames, histórico de dores, problemas na gestação, enfim, tudo). Além disso Há os papéis para vacinação do bebê. Os dados da cartilha serão exemplificados na imagem abaixo, onde temos uma das primeiras páginas do documento:






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